Nesta quinta-feira (9), a Rede de Atenção a pessoas Afetadas pela Violência de Estado (RAAVE) realizou uma apresentação pública da proposta de atuação desta rede de atendimento psicossocial a familiares de vítimas da violência de Estado. No auditório 111 da UERJ, esta foi a primeira reunião aberta.
O evento foi um espaço acolhedor e de solidariedade para as pessoas presentes, onde as mães, familiares e instituições puderam falar sobre a construção desse mecanismo de acolhimento que compõe uma estratégia de saúde para o fortalecimento das lutas contra a violência de Estado.
A RAAVE foi articulada a partir de um grande esforço de diversos setores no atendimento das famílias das vítimas da chacina do Jacarezinho. Lançada oficialmente em setembro de 2022, é uma rede voltada para o cuidado psicológico de quem teve seus direitos violados em decorrência da política de segurança pública do Rio de Janeiro, com o objetivo de ampliar o acesso aos cuidados psicossociais das famílias, especialmente às mães, promovendo, de forma gratuita, atendimento psicológico aliado ao serviço de atendimento jurídico já prestado pela Defensoria Pública. A ideia é contribuir com a formulação de uma política pública de saúde mental e atendimento psicossocial a ser implementada no SUS e no SUAS.
Desde que foi criada, a RAAVE já atendeu dezenas de pessoas e recebeu diversos reconhecimentos, entre os quais o 3º lugar na premiação de práticas estratégicas da Defensoria Pública do RJ e uma Moção da Câmara Municipal por iniciativa da vereadora Luciana Boiteux. A partir dessa atuação, foram abertos diálogos com os Ministérios da Justiça, da Saúde e da Igualdade Racial no sentido de fortalecer a experiência para gerar indicativos de aperfeiçoamento das políticas públicas de saúde hoje existentes.
A RAAVE é formada pela Ouvidoria e equipe psicossocial da @defensoria.rj, 13 grupos clínico-políticos ligados à UFRJ, Uff, Uerj, Puc e instituições da sociedade civil, além de movimentos de mães e familiares de vítimas da violência de Estado, representantes do CRP e da cooperação social da presidência da FioCruz.
Crédito: Guilherme Pimentel – Ouvidor da Defensoria Pública
Diretora de Jornalismo