O encerramento da sua 10° edição do curso de extensão Mídia, violência e direitos humanos, aconteceu na última quarta-feira (8). Composta por 10 aulas com mesas temáticas que são tocantes ao favelado e enriquecedor na sua formação crítica, teve como evento inaugural no dia (6 de setembro) um debate acerca dos 5 anos sem Marielle Franco e Anderson, a aula contou com a presença de Agatha Arnaus, a viúva de Anderson Gomes.
As outras noves aulas que sucedem o curso discutem a teoria de Direitos Humanos, a luta pela vida do povo negro, a luta pela vida das mulheres, a luta pela vida das pessoas LGBTQIAPN+, a violência do estado contra trabalhadores no campo e na cidade, o encarceramento em massa, comunicação comunitária, popular e independente e cultura como resistência.
Todo o arranjo da mesa do curso é pensado na comunicação como meio de respeito aos direitos humanos, como nos detalhou em conversa o Pedro Barreto Pereira, jornalista e coordenador do Curso de Extensão Mídia, Violência e Direitos Humanos, realizado pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (Nepp-DH) da UFRJ
“Metodologia de um diálogo horizontal entre a universidade, movimentos sociais, lideranças comunitárias, moradores de favelas e periferias e comunicadores populares. Neste sentido, a gente costuma compor as aulas em mesas temáticas, em que esses atores sociais dialogam de modo horizontal em que na mesma mesa tem um professor ou pesquisador, uma liderança comunitária, mulheres negras, pessoas trans. Procurando sempre combater as violências e opressões nos seus aspectos de classe, raça e gênero.”
A formação é pensada na inclusão e no alcance do maior número de alunos possível, funcionando de maneira híbrida (presencial e remota ), na qual com o apoio da @diracufrj é possível ter-se intérprete de libras.
Interseção com o favelado
O favelado como protagonista dentro de um espaço formador de conhecimento é essencial para a autoestima dos nossos, a rede MVDH possui parcerias com outras redes, sendo elas faveladas. Pedro Barreto ressalta a importância do favelado dentro do curso:
“Esse curso pretende servir como uma ponte entre a universidade, a favela e as periferias. A gente quer ter mais pessoas de favela participando desse curso. Nessa edição e nas próximas também. A gente quer ampliar essas pontes. A gente quer que essas pessoas estejam aqui”
Fica explícita na continuação da sua fala a intenção de criar uma rede que fuja do eurocentrismo e traga para a universidade pública o conhecimento que não é dito como científico dentro dela, ele continua dizendo:
“O importante é que as lideranças, os moradores, os comunicadores estejam aqui pra ensinar pra gente, pra desconstruir os nossos preconceitos, apontar nossos privilégios. Que a universidade se abra para novas formas de conhecimento, para novas epistemologias, que a gente não tenha apenas aquela epistemologia eurocêntrica que historicamente a universidade reproduz”
O grande objetivo do curso se faz a partir da formação continuada dos seus alunos para que estes sejam reprodutores e multiplicadores de conhecimento dentro de todos os espaços, não somente nos seus. Por fim, vale lembrar que todo o curso está disponível e pode ser acessado no canal do YouTube da redeMvdh.
Você pode assistir as aulas através do link: https://www.youtube.com/@canalmvdh3423
Acompanhe nas redes sociais: https://www.instagram.com/cursodeextensaomvdh/
Ruan Gorni
Jornalista