O fim de semana foi marcado por mais um ato organizado em memória de Moïse Kabagambe, que aconteceu na tarde de sábado (04/02/23). A ação reuniu familiares da vítima e lideranças dos coletivos Unegro, Movimento Negro Unificado, entre outros. O ato denominado Marcha da Periferia / RJ, começou por volta das às 14H no viaduto negrão de Lima, em Madureira e visava pedir a prisão dos culpados e envolvidos, na morte do Congolês, assim como justiça por todos os assassinatos que ocorrem diariamente contra juventude negra, mulheres negras e os LGBTQIAPN+.
“1 ano da morte de Moïse Kabagambe, que muito sensibilizou mais de 60 países. Com crueldade um jovem negro congolês foi assassinado, num quiosque da Barra da Tijuca. Não vamos deixar cair no esquecimento, nem deixar à justiça racista do nosso país tratar esse caso com banalidades, e soltar os culpados, como se fosse nada. O ato do dia 24/01/23 onde a família prestou condolências a sua memória pós morte, teve repercussão nacional, mas é necessário estarmos sempre em movimento e organizados fazendo exigência ao estado racista e xenófobo”, diz cartilha do ato.
Cláudia Vitalino, Presidente da Unegro RJ e Secretária Geral da Unegro Nacional, comentou o assassinato “Infelizmente Moïse não foi o primeiro e não será o último porque vivemos em um país racista, em qualquer lugar que ele estivesse, ele seria preto. É dessa forma que a segunda diáspora africana trata pretos”, disse.
O ato aconteceu após quase duas semanas do dia que completou 1 ano da morte de Moïse, cujo dia foi lembrado com ato organizado pelos familiares em frente ao quiosque onde Moïse trabalhava na Barra da Tijuca, além de uma celebração de uma missa aos pés do Cristo Redentor.
Ano passado, além da família ganhar da Prefeitura a concessão de um quiosque no Parque de Madureira, Moïse foi homenageado com a lei que reconhece o dia 24 de janeiro como o Dia do Refugiado Africano. A Lei Estadual 9.714 de 2022, reconhece a data que já faz parte do calendário do Estado do Rio de Janeiro.
Desde o assassinato bruto do jovem, o caso passou por muitos desdobramentos. Três réus cumprem prisão preventiva na Penitênciária Joaquim Ferreria de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu. Eles foram denunciados pelo Ministério Público em fevereiro de 2022 e respondem por homicídio triplamente qualificado, mas ainda não há data para o julgamento. Outros três respondem em liberdade. O juiz ainda decidirá se o caso deve ser analisado por um Tribunal de Júri.
No final do ano passado, os advogados de Alisson e Fábio renunciaram ao caso. O juiz Guilherme Schilling, do 1º Tribunal do Júri da Capital, determinou que ambos procurem novos patronos ou sejam atendidos pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro.
Matéria publicada dia 06/02/23