Nesta semana a Escola de Samba Unidos da Vila Kennedy conquistou o título de Grupo de Avaliação 2024 – equivalente a quinta divisão do carnaval do Rio de Janeiro. A conquista veio de uma forma acirrada, a escola chegou a empatar com a Acadêmicos do Recreio, que também conquistou acesso à Série Bronze no carnaval 2025. As escolas empataram em 178,3 pontos, levando ao desempate no quesito bateria.
Com a volta do desfile na Estrada Intendente Magalhães a Unidos da Vila Kennedy apostou na reedição do enredo “Criança Brasil: Um Sonho, uma Esperança”, apresentado no ano 2000 e responsável pelo único campeonato da escola.
Como símbolo do bairro Vila Kennedy, a escola de samba contou com muitos personagens que fizeram parte desta conquista. Um deles foi o jovem Leonardo Vieira, de 28 anos, integrante da escola de samba. Ligado a grupos de ação social local, ele também é muito atuante no bairro. O jovem contou o que representa esta conquista da escola de samba:
“Representa muita coisa, ainda mais pelos últimos anos em que a escola esteve muito mal e tomando porrada atrás de porrada. Nesse momento a escola se encontra mais unida e mais forte. Acho que as derrotas passadas ajudaram a construir uma juventude mais forte e preparada para lidar com as situações e problemas de forma responsável e arejada. Eu hoje fico muito feliz por conseguir estar nesse processo de mudança da minha escola, é claro que ainda existe um caminho enorme para chegar onde desejamos, mas será consequência de um bom trabalho. Minha vó foi baiana por muitos anos e hoje, por não ter a visão plena, já não consegue desfilar, mas está sendo bem representada”, concluiu o jovem.
Leonardo começou na Unidos da Vila Kennedy por volta dos 8, 9 anos na escola mirim, onde chegou a ser mestre. Com 13 para 14 anos já frequentava a escola grande onde já chegou a ser diretor, mas só começou a desfilar na bateria com 16 anos. Segundo o jovem este processo funciona quase como um plano de carreira dentro da escola de samba, sendo direcionados a cada etapa.
Atualmente, Leonardo continua na bateria, mas acumula algumas outras funções na escola. Este ano, além de desfilar tocando o instrumento surdo, o jovem esteve na produção da escola, vendo medidas, orçamentos, adereços, cortando, colando.
Pedro Vinícius Lobo
Jornalista