Já se sabe que todos os anos no mês de janeiro, acontecem as chamadas chuvas de verão, que causam enchentes e destruição em todo o estado. Mas porque durante décadas o cenário continua o mesmo?
No último final de semana, o Rio de Janeiro entrou em estágio 4, ou seja, estágio de risco, por conta das fortes chuvas. O estado registrou 12 mortes, e dezenas de desaparecimentos, como informou o Corpo de Bombeiros. Só na Baixada Fluminense, foram contabilizadas 8 mortes, e a cidade mais atingida foi Belford Roxo. Além das destruições, os moradores ainda estão sem água, o que dificulta ainda mais a limpeza das suas casas e dos pertences que foram salvos. A empresa Águas do Rio, responsável pelo abastecimento de água, não se manifestou.
Quando essas chuvas chegam no nosso estado, o mais afetado é sempre o pobre, negro e favelado, que todos os anos precisa reconstruir sua vida após as chuvas que muitas vezes levam todos os seus pertences, comidas e algumas vezes até suas próprias casas. A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se manifestou nas suas redes sociais e falou sobre o racismo ambiental:
“Quando vemos os lugares mais atingidos como Acari, São João de Meriti, Anchieta, Nova Iguaçu, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis: Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares? Que mais uma vez estão ali perdendo suas casas, seus comércios, seus empregos, seus sonhos, sua esperança e sua vida como um todo. Lutas e lutas sendo perdidas. Qual é a cor da maioria das pessoas que moram nos bairros e periferias que não tem árvores, não têm sistema de escoamento de chuva, saneamento precário e com moradia que não é digna? Quando a gente para pra pensar sobre isso, a gente sabe que não é coincidência quando dizem que favelas e periferias são quinze vezes mais atingidas que outros bairros.”, publicou.
A falta de planejamento climático tem afetado demais o estado do Rio, e de acordo com a Prefeitura de Duque de Caxias, pelo menos 150 famílias ficaram desabrigadas após as fortes chuvas. A Organização Meteorológica Mundial – OMM, afirmou que 2023 foi o ano mais quente da história, como mostram dados de seis centros internacionais, e aponta ainda que os próximos 7 anos serão cada vez mais quentes, o que aumenta a chance de destruição e enchentes, se um planejamento climático não começar a ser colocado em prática o quanto antes.
“A mudança climática é o maior desafio que a humanidade enfrenta. Ela está afetando todos nós, especialmente os mais vulneráveis. Não podemos esperar mais. Já estamos tomando medidas, mas precisamos fazer mais e fazer isso rapidamente. Devemos realizar reduções drásticas nas emissões de gases de efeito estufa e acelerar a transição para fontes de energia renovável”, disse a Secretária-Geral da OMM, Prof. Celeste Saulo, ao MetSul.
A Ouvidoria da Defensoria Pública, divulgou uma nota lamentando as mortes:
“A Defensoria Pública do Rio de Janeiro lamenta profundamente as mortes ocorridas em decorrência das fortes chuvas que castigam o estado e manifesta solidariedade à população fluminense.
Estamos acompanhando com atenção as ocorrências e nos colocamos à disposição para prestar auxílio àqueles que precisam de assistência jurídica em geral, por meio do número 129, disponível 24 horas por dia. A Defensoria também pode ser acionada por meio da ouvidoria, pelo 0800 282 2279 (dias úteis, das 8H às 18H)”, divulgou.
De acordo com o Centro de Operações do Rio, ainda há previsão de pancadas rápidas e isoladas de chuva moderada a forte, acompanhadas de raios e rajadas de vento.
Em caso de emergência ligue: 199
Saiba como ajudar:
Pontos de apoio e doação de materiais de Limpeza, alimentos não perecíveis, garrafas de água potável, cobertores e roupas :
– Igreja Projeto Além do nosso olhar
Rua Himalaia – número 530 | Parque Centenário
Contato para doação : 21 97905-4655
– Associação dos Moradores da Mangueirinha
Rua Dr. Manoel Reis 891 , ao lado do Campo do Tricolor
– Quadra da Unidos de Padre Miguel
Rua Mesquita, 8 – Padre Miguel
– Instituto Rosa
Rua Teixeira Alves, Lt17 Qd. 07
Bairro do Pilar Duque de Caxias
Contato para doação : 21 98262-0143
– Campanha de arrecadação Esquadrão Caxias Torcida Jovem Botafogo
Complexo Direitos Humanos ( Restaurante do povo ) – Vila Ideal
Dom Bosco, Rua dois – Pilar
Rua Astrilda 163 – Pilar
Estádio Nilton Santos, Setor Norte
– Campanha Juntos Somos Mais Fortes Força Jovem Vasco
Mega Loja , Av. Roberto Dinamite, 302 , quinto andar, Vasco da Gama, Rio de Janeiro. ( edifício comercial em frente à mega loja do Vasco em São Januário) , de segunda à sexta das 9h às 18h.
– Campanha Torcida FlaManguaça
Rua José dos Reis, 1706 – Pilares ( sede da torcida FlaManguaça )
Recebimento de doações no dia 16/01 no Ensaio de Rua à partir das 19h na Rua Jorge Nascimento Silva – Pilares.
– Campanha da Câmara do Rio em parceria com o Voz das Comunidades
Local : Palácio Pedro Ernesto , Cinelândia , Centro do Rio , em frente à estação de Metrô Cinelândia das 10h às 18h.
– Ponto de apoio postinho da Olaria
Rua Olaria , 45 ( em frente à creche )
Pix para doação: 21994500826 – Fernanda Ferreira Pereira
– Campanha projeto Mais por nós
Travessa dezesseis , número 28 – Barro Vermelho.
Pix para doação: [email protected]
– Campanha Movimenta Caxias
Pix para doação: [email protected]
( Rua Lauro Neiva , 32 , Centro de Duque de Caxias)
– Campanha Voz das Comunidades
Pix para doação : 21317767000119 ( CNPJ )
– Movimento de Luta Nos Bairros , Vilas e Favelas
Pix para doação: [email protected]