A Segunda-feira (30) foi marcada pelo 1º Seminário Municipal das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro. Com uma vasta programação de 10h às 16h que constou de apresentação cultural a documentário, entre outras atrações, o evento aconteceu na Biblioteca Parque Estadual, no centro do Rio de Janeiro. Este foi o primeiro de uma série de eventos pensados para ocorrerem ao longo deste ano nas cidades fluminense onde existam agrupamentos quilombolas.
Em entrevista à Agência Brasil, a presidente da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj), Ana Beatriz Nunes contou sobre o processo até este primeiro seminário, “Nós começamos pela capital. E para agregar e enriquecer o seminário, conseguimos trazer a parceria das meninas que apresentam a cartografia dos quilombos”.
A presidente da Acquilerj, em fala à imprensa, também falou sobre a participação das comunidades fluminenses, “existe uma distorção no entendimento do que realmente significam as comunidades quilombolas. A gente está percebendo muito isso. As pessoas confundem de que forma se dá o processo desse autorreconhecimento quilombola. Então, nós entendemos a necessidade de colocar as comunidades para dialogar com a sociedade e o Poder Público, tanto para reivindicar políticas públicas, como para fazer articulação e levar ao conhecimento a sua própria narrativa.”
O evento também marcou a apresentação e lançamento da cartografia dos quilombos Cafundá Astrogilda, Camorim e Dona Bilina. A presidente destacou a importância da cartografia , que faz a apresentação histórica , geográfica e cultural dos quilombos. “Das sete comunidades aqui da capital , três estão sendo agraciadas com o lançamento da cartografia”. Secretário do Instituto Teresa de Berenguela de Direitos Humanos , Felipe Carvalho também falou sobre o 1º Seminário Municipal das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro , “hoje , dia 30 de janeiro , o Instituto de Benguela participa do seminário, momento de troca , conhecimento , articulação e resistência pela luta quilombola em benefício das 7 comunidades que existem aqui na capital carioca. No total são 52 comunidades no Rio de Janeiro, a nossa presidente Ana Beatriz Nunes, tem estimulado seminários regionalizados com objetivo de articular e fomentar direitos básicos às comunidades quilombolas. Por isso, o Instituto Tereza de Berenguela de Direitos Humanos, através do Fórum Estadual de Defensores de Direitos Humanos, é parceiro da causa quilombola. Lutaremos sempre pelo reconhecimento dos nossos territórios”, concluiu o secretário.
Segundo a presidente da Acquilerj o próximo seminário está agendado para o mês de abril, no município de Magé, na Baixada Fluminense, onde existem três comunidades remanescentes dos quilombolas: Feital, Bongaba e Maria Conga. “A ideia é cobrir todo o estado com esses encontros municipais, este ano, de três em três meses ou de quatro em quatro meses, abrangendo a Região dos Lagos e Costa Verde, e deixando por último as regiões mais distantes do Norte e Noroeste do estado e do Médio Paraíba”, conclui Ana Beatriz Nunes sobre o cronograma dos seminários.
Fonte: Agência Brasil
Matéria publicada dia 31/01