No mês que marca a campanha “21 dias de ativismo contra o racismo”, o ativismo foi peça chave em diversas atividades pelo Brasil que ocorrem desde a última quinta-feira e se prolongam durante a semana. Memória, justiça, racismo ambiental, justiça climática e mulheres negras em lugares de liderança são pauta da campanha
Fazendo o giro pelas atividades, como parte da programação “Março por Marielle e Anderson”, que ocorre ao longo do mês de março em todo o mundo com diversas ações, o Festival Justiça por Marielle e Anderson ocorreu na quinta-feira (14/03), na Praça Mauá, zona Portuária do Rio. Com atrações como a MC Pâmela Carvalho, Kaê Guajajara, Preta Quennb Rull e mais, o evento contou com diversas atividades paralelas como: recreação infantil, oficina de bordados e outros, além de um momento impactante com a fala de Ana Paula de Oliveira, liderança do Coletivo Mães de Manguinhos, que busca justiça pelo seu filho Johnatha que recentemente teve seu caso reconhecido por júri popular como homicídio culposo.
O Festival foi precedido por uma Missa de 6 anos por Marielle e Anderson, como acontece anualmente, na igreja Nossa Senhora do Parto e em seguida por uma Marcha saindo da estátua até a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Já na sexta e final de semana, o debate climático foi pauta em Belém do Pará com a segunda edição da COP das Baixadas que é um espaço de discussão, planejamento e de protagonismo das periferias em espaços e fóruns de construção de políticas públicas a partir da coalizão de movimentos populares. Com o tema “As periferias amazônicas no centro do debate climático”, o objetivo foi aprofundar a discussão ambiental nos territórios periféricos da capital paraense. Por isso, a participação dos povos da Amazônia em sua pluralidade de modos de vida foi essencial para reivindicar direitos nos seus territórios.
O evento ocorreu em três dias: 15 e 16 de março de forma online por meio do canal do YouTube “COP das Baixadas”, e no domingo de forma presencial na Fundação Escola Bosque – Funbosque, em Outeiro, distrito de Belém, contando com uma grande programação como oficinas, feiras e mesas de debates.
Os eixos temáticos da programação giraram em torno do Acordo de Escazú, o primordial pacto ambiental da América Latina e do Caribe, que aborda aspectos como: direito à informação e acesso; defesa do meio ambiente e seus defensores; e democracia e participação popular.
Já nesta quarta-feira (20/03), às 10H no Plenário Teotônio Villela, Câmara Municipal do Rio de Janeiro, acontece pelo segundo ano consecutivo a homenagem à memória de Cláudia Ferreira, assassinada em 2014, por violência do Estado e arrastada nas ruas, presa a uma viatura. Recentemente os 6 policiais acusados pela morte de Cláudia foram absolvidos pelo juíz Alexandre Abrahão Teixeira, do 3º Tribunal de Júri com a alegação de legítima defesa. A atividade “Enfrentando a violência política, justiça de transição e reparação” contará com entrega da medalha Chiquinha Gonzaga para Alessandra Makkeda in in Memoriam e terá transmissão ao vivo no canal do YouTube “Monicacunhario”. Segue abaixo as participações da mesa:
- Larissa Conceição – Diretora sênior do Grupo Conexão G e mestre em Educação pela UFF e Psicóloga.
- Caroline Bispo – Mestre em Segurança Pública (UFF). Pós-graduada em Direito Penal e Criminologia pela PUCRS. Membra da Comissão de Segurança Pública da OAB-BR e da Comissão de Cannabis Medicinal da OAB-RJ.
- Iyá Katiuscia de Yemanjá – mãe, mulher de terreiro, Yakekere do terreiro Òbá Labi, benzedeira, educadora na luta pelo bem viver das comunidades tradicionais negras e periféricas.
- Ana Procópio – Assistente social e psicóloga; Diretora da Faculdade de Serviço Social da UERJ. Coordenadora adjunta do PROAFRO UERJ. Comitê Técnico Municipal de Saúde da População Negra do Rio de Janeiro.
- Thais Rosa Pinheiro – Pesquisadora e CEO da Conectando Territórios. Mestra em Memória Social(UNIRIO) e Especialista em História da África e cultura Afrobrasileira.
- Damiana Cristina José Maria – Mulher negra de 38 anos, mãe solteira da Ana Vytoria e Lucas Gabriel, moradora de Nilópolis. Esteticista.
- Mariane Marçal – Assistente de coordenação de projetos e Incidência Política de Criola, Enfermeira Obstétrica, Sanitarista e Mestra em Relações Étnico-Raciais. É parteira urbana do Projeto Sankofa Atendimento Gestacional.
Debate Climático
Nos dias 22 e 23 de março, tem mais debate climático. Com realização do Instituto Mapinguari, o Amazônia Terra Preta inicia uma diversa programação nesta sexta-feira em Macapá, no Museu Sacaca, Amapá, levantando debates importantes sobre racismo ambiental, justiça climática e mulheres negras em lugares de liderança.
A atividade contará com mesa de debates, oficinas e mais.
O Portal Favelas ficará por dentro de tudo que rola no “Março por Marielle e Anderson” e “21 dias de ativismo contra o racismo”.
Pedro Vinícius Lobo
Jornalista