O Brasil, mundialmente reconhecido por sua abundância hídrica, enfrenta a ameaça de uma redução significativa em suas reservas de água, segundo um estudo recente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A pesquisa, intitulada “Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil”, revela que o país pode sofrer uma queda de mais de 40% na disponibilidade de água até 2040.
Esse cenário alarmante se deve a uma combinação de fatores, incluindo o aumento na demanda por recursos hídricos, essencial para o desenvolvimento econômico e social, e a crescente imprevisibilidade causada pelas mudanças climáticas. O resultado é não apenas a escassez de água, mas também a intensificação de eventos climáticos extremos.
As regiões mais afetadas incluem o Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste, onde a disponibilidade de água deve diminuir significativamente. Por outro lado, a região Sul pode experimentar um aumento de até 5% na disponibilidade hídrica. Contudo, essa aparente melhoria vem acompanhada de maior risco de cheias e inundações, exigindo uma gestão eficaz dos recursos hídricos.
A Crise Hídrica Já É Realidade
Os efeitos da crise hídrica já são evidentes em diversas partes do Brasil. Desde julho de 2014, o país enfrenta seca contínua em várias regiões, com monitoramento constante pelo Programa Monitor de Secas, coordenado pela ANA. Recentemente, a Bacia do Paraguai foi declarada em situação crítica de escassez de recursos hídricos.
Além disso, a seca extrema tem contribuído para o aumento dos incêndios florestais, especialmente na Amazônia, que registrou 13.489 focos de incêndio nos primeiros seis meses de 2024, o pior índice em 20 anos. A região enfrenta uma das piores estiagens da história, impactando também outros países amazônicos, como Peru e Bolívia.
Necessidade Urgente de Adaptação
Diante desse cenário, a criação de planos de adaptação é imperativa para preparar as cidades e comunidades brasileiras para os desafios futuros. O governo federal está atualmente desenvolvendo o Plano Clima, que guiará a política climática do Brasil até 2035, com enfoque na restauração e preservação da natureza.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, reforça a necessidade de ação imediata:
“Nós transformamos a natureza em dinheiro e agora temos que transformar dinheiro em restauração e preservação da natureza se quisermos continuar vivendo.”
O Plano Clima será construído de forma colaborativa, com participação popular através da ferramenta Brasil Participativo, visando enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos do país para as próximas gerações.
Fonte: Mídia Ninja