Uma operação da Polícia Civil realizada na manhã desta quarta-feira (8), resultou na morte de quatro pessoas e deixou uma funcionária da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ferida. A ação, que visava combater o tráfico de drogas e a receptação de cargas no Complexo de Manguinhos e Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, gerou intensos confrontos e teve repercussões graves na rotina da região.
O tiroteio, que se estendeu até o campus da Fiocruz, trouxe sérios impactos para os trabalhadores e moradores. Durante a movimentação, agentes da Polícia Civil entraram no campus da instituição sem autorização e de forma descaracterizada, segundo denúncias feitas pela Fiocruz. Um supervisor de segurança da fundação foi detido sob suspeita de colaborar com criminosos, acusação que a instituição nega. Em apuração da Agência Brasil, de acordo com a Fiocruz, ele estava ajudando na evacuação de áreas para proteger funcionários e alunos.
Uma funcionária do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos foi atingida por estilhaços após um disparo perfurar o vidro de uma parede do prédio, onde são produzidas vacinas e medicamentos essenciais. Ela recebeu atendimento médico e passa bem.
Impactos no transporte e na mobilidade
Além das mortes e do clima de insegurança, a operação causou transtornos significativos no tráfego e no transporte público. Dez linhas de ônibus municipais tiveram seus itinerários desviados, enquanto um coletivo da linha 711 (Rio Comprido x Rocha Miranda) foi apedrejado. As avenidas Leopoldo Bulhões e Dom Hélder Câmara foram interditadas, o que afetou a mobilidade de diversas regiões da cidade. Apenas por volta das 14h40 as vias foram liberadas e a situação começou a se normalizar.
A Rio Ônibus emitiu nota pedindo medidas urgentes para garantir a segurança da população e restaurar a paz na cidade.
Reações e tensões
A Fiocruz condenou a atuação da polícia dentro de seu campus e destacou a preocupação com a segurança de seus colaboradores e alunos. A operação trouxe à tona novamente o debate sobre o impacto de ações policiais em áreas densamente povoadas e próximas a instituições de saúde e pesquisa.
Pedro Vinícius Lobo
Jornalista