Na noite deste sábado (04), um entregador de aplicativo, denunciou as torturas que sofreu por policias após ser pego por andar sem capacete. Segundo ele, a agressão teria acontecido há 15 dias e os abusos por parte da PM começaram ainda na abordagem, dentro do Túnel Rebouças, próximo ao shopping Eldorado, na zona Oeste de São Paulo. “Fui torturado das seis horas da manhã até meio dia”, diz.
De acordo com o entregador, os policiais queimaram o seu braço esquerdo e obrigaram a fazer o “L”, que simboliza o presidente Lula. Galo foi um dos responsáveis e indiciados pela tentativa de queimar a estátua do bandeirante Borba Gato em julho de 2021. Na ocasião, além dele, sua esposa Gessica Silva Barbosa também foi presa preventivamente mesmo sem ela ter participado do ato. “Há motivos pra se levantar uma estátua? Também existem motivos pra se derruba-lá. Paz”, afirmou.
Galo alega que o ato de queimar a estátua foi para chamar atenção e construir debate a respeito de homenagear figuras históricas que mataram e violentaram indígenas e negros. Atualmente ele responde o processo em liberdade. “Eu fui pego sem capacete pela polícia e me levaram pra uma delegacia, me espancaram e me queimaram dizendo: Você não gosta de queimar as coisas? Faz o L agora!”, contou.
O entregador também publicou fotos das marcas em seu corpo, como bolhas em um dos braços, luxação em um dos dedos das mãos e escoriações na boca, orelha e outras partes do corpo.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou em nota que não recebeu denúncia sobre o caso, mas está à disposição para apurar possíveis desvios de conduta por parte dos integrantes das forças policiais.