Em um ano, o número de crianças mortas por bala perdida cresceu no Rio de Janeiro. Os dados do levantamento realizado pelo Rio de Paz, apontam que no período de 2022 e 2023, 6 crianças foram vítimas da violência e não resistiram.
Kevin, Karina, Esther Vitória, Lorenzo, Juan Davi e Rafaelly, são os nomes das crianças que tiveram suas vidas interrompidas “A morte das crianças são endereçadas. E esse endereço é o dos mais pobres, sempre nas áreas de favelas, também no subúrbio e na Baixada. Assim como essas mortes têm cor”, diz Lucas Louback, coordenador da ONG Rio de Paz, que presta assistência psicológica e jurídica aos pais das vítimas.
De acordo com o instituto Rio de Paz, as crianças tinham entre 5 e 14 anos, e foram mortas no momento em que realizavam a rotina diária, como por exemplo ir à escola. Ainda segundo a pesquisa, de 2007 até hoje, já são 92 crianças mortas pela violência do Rio.
Lucas Louback, também falou ao Jornal Extra sobre a falta de políticas públicas no estado do Rio de Janeiro voltadas para prevenir ou cuidar diretamente desse tipo de crime “Não há um amplo debate público, e os casos vão aumentando ano a ano. A sociedade lamenta, chora, fica comovida, mas não faz nada para mudar isso”, conta.
Em homenagem às crianças, a organização criou um memorial para relembrar esses nomes. Veja:
Kevin Lucas dos Santos, 6 anos
O menino estava com os seus vizinhos durante uma mudança, em Queimados, na Baixada Fluminense, quando foi atingido por um tiro no tórax. Moradores relataram que os disparos foram feitos durante um confronto entre policiais e criminosos que estavam próximos ao local. Kevin foi encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA do município, mas não resistiu.
Karina Sobral de Souza, 9 anos
Karina foi baleada no pescoço enquanto brincava no bairro de Volta Fria, em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio. Ela estava com familiares e amigos. Após um desentendimento, Mattheus dos Santos Machado, conhecido como “Coroa”, de 20 anos, efetuou os disparos, que acertaram a menina de 9 anos.
Três dias depois, Mattheus foi preso. Ele também era investigado por envolvimento com o tráfico de drogas no Morro da Glória l, parte de Angra.
Esther Vitória de Melo Pires, 5 anos
No dia 20 de julho de 2022, Esther estava com parentes, voltando para casa, na comunidade do Carvão, em Itaguaí, no momento em que um disparo foi feito em sua direção e acertou sua cabeça.
Ela foi internada Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste, mas não resistiu. Segundo a polícia, o autor do crime, Caio Cezar Barbosa, de 23 anos, confessou ter efetuado os disparos para tentar atingir um traficante rival, porém, errou a mira e acertou a menina.
Lorenzo Dias Palinhas, de 14 anos
Lorenzo realizava uma entrega da hamburgueria em que trabalhava no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, quando foi baleado na cabeça. Segundo relatos de parentes, o jovem teria sido abordado, revistado e, após a liberação, foi morto por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que estavam no local durante uma operação.
Juan Davi de Souza Faria, 11 anos
O menino, de 11 anos, assistia, a queima de fogos no quintal de casa, em Mesquita, na Baixada Fluminense, quando foi atingido por um disparo na cabeça.
Ele foi levado até o UPA de Edson Passos, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Rafaelly da Rocha Vieira, 10 anos
A menina brincava com outras crianças na porta de sua casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Após homens encapuzados passarem atirando na esquina próxima à Rua Doutor Monteiro de Barros com Avenida Getúlio de Moura. Ela foi atingida por um dos disparos e não resistiu.
Fonte do Memorial: Jornal Extra
Diretora de Jornalismo